improvável

Quando olhamos para uma imagem fotográfica sempre pensamos no seu grau de veracidade, origem e período em que foi realizada. Muitas técnicas surgem para análise de alguns desses critérios, sejam elas de ordem iconológicas, iconográficas ou mesmo científicas, confrontando constantemente sua fragilidade existencial e semântica. Ao colocar uma imagem fotográfica em situações de “risco”, procuro produzir uma obra que se aproxime da dúvida, pois os conceitos operados no trabalho e as imagens apresentadas estão sempre se refazendo, seja na fisicalidade seja na significância.

Ao requerer um mundo impossível, busco por um alargamento da ideia de realidade. Mesmo com o surgimento da fotografia, como uma espécie de espelhamento do real, quando esta promove uma ideia irrefutável do seu valor documental, seguimos em direção a constantes questionamentos daquilo que observamos.

Refletir sobre a imagem fotográfica nos direciona para uma discussão complexa, pois dessa emanação do real surgem informações capazes de redirecionar nossa percepção e encontrar mundos impossíveis. Assim, o nosso olhar será afetado pelas relações transitórias entre o que vemos, nossa memória, sua relação com o tempo e o devir, instaurando dúvidas ao que vemos e o que foi fotograficamente registrado, uma imagem ageográfica, improvável.

Ao apresentar a série “Improvável”, na qual registro situações modeladas com materiais estrategicamente escolhidos e controle de luz, busco por resultados que constrói um jogo entre o visível e o imaginário, elementos pertinentes às poéticas insituáveis, nas quais não decodificamos, de imediato, os códigos presentes no trabalho. Imagens em estado de probabilidades.

unlikely

When we look at a photographic image always think of their degree of truthfulness, origin and period in which it was taken. Many techniques arise to further deepen the analysis of some of these criteria, whether they are of iconological, iconographic or even scientific order, constantly confronting existential and semantics fragility. By placing a photographic image in situations of "risk" , I try to produce a work that approximates gets closer to doubt , because the concepts operated at work and the images displayed are always remaking themselves, either in its physicality or in its is significance.

When yearning for an impossible world, I seek for an extension of the idea of reality. Even with the appearance of photography as a kind of mirrorring of reality when this promotes a compelling idea of ​​its documentary value, we continue to constant question what we observe.

Reflecting on the photographic image directs us to a complex discussion, since this emanation from the real brings information able to redirect our perception and find impossible worlds. Thus, our attention will be affected by the transititory relations between what we see, our memory, its relation with time and becoming, introducing doubts to what we see and what was photographically recorded, an unlikely ageographic image.

In presenting the "Unlikely" series, in which I record situations modeled with strategically chosen materials and light control, I seek results by building a game between the visible and the imaginary, relevant factors to insiteable ​​poetic, in which we are not able to immediately decode, the codes present in the work. Images in a state of probabilities.